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Nossa Trajetória na Fabricação de Djembe

Luca adquiriu seu primeiro djembe em 1996, quando conheceu esse super tambor.  Nossa vida nessa época era na estrada, ficando mais ou menos um ano em cada lugar que chegávamos, e nesses lugares, muitos se interessavam em fazer uma roda de tambor, mas poucos tinham um, então qualquer objeto cilíndrico que Luca arranjava, colocava pele e já era transformado em um instrumento!  

Quando moramos em Pirenópolis/Goiás em 1999, descobrimos uma senhora que trabalhava com cerâmica, e dali saíram os primeiros djembes de formato tradicional!

Em 2002, quando voltamos da Europa e viemos viver no Sul de Minas, trouxemos alguns djembes e com eles Luca junto com a gente, suas filhas, demos início às rodas de estudos dos ritmos tradicionais do oeste africano!  Só tínhamos três djembes e na época esse instrumento ainda era pouco conhecido no Brasil e difícil de adquiri-lo, então fomos improvisando...  Começamos com latões, que viraram djembes estilizados e de onde saíram nossos primeiros Dununs!  

       Umas amigas que trabalhavam com papel machê nos despertaram para uma nova experiência: começamos a fazer djembes e dununs com uma armação de ferro (como um esqueleto) e o envolvíamos com o papel machê, ficaram incrivelmente fortes!  Fizemos assim por algum tempo (foto ao lado), quando um amigo chegou falando sobre um torno que o ofereceram e se nos interessávamos em comprar juntos..   Claro! Ficaram muito interessantes e resistentes os de papel machê, mas a idéia de fazermos de madeira, como os africanos, era fascinante!

Esse torno era bem rústico e veio para nossa oficina. Depois de adaptá-lo para nosso propósito e produzir as ferramentas necessárias, Luca e seu amigo andavam pelo Mato Dentro (bairro rural onde morávamos) em busca de árvores nobres caídas, e com serrote cortavam pedaços e começaram a trabalhar no torno fazendo tambores para o nosso grupo de estudos! 

A partir de então, amigos nos informavam de árvores caídas pela região e Luca foi desenvolvendo formões e aprendendo a tornear a madeira, conhecendo as melhores árvores e aprimorando os djembes! Com o tempo, eu e as minhas irmãs fomos aprendendo e montamos uma equipe de fabricação! 

Começamos a nos apresentar pela cidade, festivais e em encontros alternativos. As pessoas que nos assistiam, os amigos e os amigos dos amigos se interessavam em adquirir um djembe e, com o tempo, foram chegando pessoas em nossa casa atrás do "Luca do tambor" para tocar e eventualmente adquirir o seu tambor! Estávamos sempre fazendo novos tambores, se não acabávamos ficando sem nenhum para nossas rodas...

DJEMBES VEGANOS

             

E então em 2011 nos tornamos veganos! Eliminamos tudo de origem animal de nossa casa: alimento, sapato...  Daí veio a questão, e os tambores?  Começamos então a pesquisar peles alternativas e isso nos levou às peles de bateria...  Fizemos alguns testes e fomos trocando a pele de todos. E agora? Será que estão ficando bons? Nossos primeiros amigos que ouviram adoraram e sentiram o ambiente aonde tocávamos mais leve!  Isso foi super animador e nos motivou a seguir na pesquisa, e assim conseguimos chegar no som ideal!  

 

Hoje fazemos djembes de 6 a 14 polegadas, todos veganos!

CONSTRUINDO...

     

Construir um instrumento musical, como todas as artes, é uma forma de estarmos sempre desenvolvendo e aprimorando nossos conhecimentos, tanto sobre o instrumento quanto sobre nós mesmos.

 

        Somos uma só raça, espalhada por diversas partes do mundo e cada parte criou uma arte, uma cultura que, de certa forma, é de todos nós! Portanto, agradeço a África por ter nos presenteado com essa cultura riquíssima e surpreendente que experienciamos e de onde estamos constantemente aprendendo, e de poder compartilhar um pouco dela com todos!     Inikê!!!     Gratidão!!!

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